Uma vez
fui
divergente,
noutra complacente -
que sempre -
assentava
com
divergente.
Uma vez fui parente
vagando de vez,
a bordo
do vazio.
Azar, já era
quase orco e
perdi todas
as patentes.
uma vez fui guerra
e virei bala
de matar.
e lá me
adormeci
de prenho ódio.
e foi tudo
tão de repente
que o sol se
fez lua.
de verdade,
mas sem quer,
uma pobre
lua que se
escondeu,
com veracidade,
no lado escuro
dela mesmo !
foi quando
o bombordo
virou
estibordo,
puro e escovado.
e descobri
com mãos
de fenecer,
que a casa dela sumiu
e pilastras
ruiram.
e se foi o tempo.
e o tempo levou para os abismos,
lembranças e memórias.
E de repente, tudo virou pó.
Para isso que nascemos para ser.
Mas a memória dela
está guardada aqui,
enquanto eu sobrevivo
de uma tempestade
de saudades !