VIDA INVERTIDA*
Procurei reverter num todo
O que no mundo havia
Os sentimentos profundos de tão rasos
Mergulhando eu não os sentia
Se eram doces os sonhos
E as mãos eram macias
E perfumadas
Em um mundo invertido
Quanta confusão eu temia
Ter os sonhos invadidos e gerados não por mim
Mas pelo outro
Que tormento me invadia
Neste mundo invertido
Que alegria triste eu via
A alma cheia de sonhos e ao mesmo tempo vazia
Como se cura uma alma, se ela se encontra imersa em assaz melancolia?
Há de se privar do sono?
Há de se enfermar de vida?
Há de ser em abandono
ou em total fantasia?
Nenhum antídoto achei
Nenhum remédio inventei
Pra te cobrir de bálsamo
Enquanto fingir que é vida
Vida invertida e negativa
De não-cores e de morte em início e não sentida
Qualquer uma serve em despedida, desde que não seja a minha
No suplício do meio, no final ou na partida
14/06/2022
18:47