A Gratidão do Sertanejo
As chamas que queimam a lenha
No tosco fogão de barro
Balaio no chão ao lado
Pote cheio de água fresca.
Pela janela baixinha
O sol dá seu bom dia
Ao sertanejo arretado
Que ao lado da companheira ora
Para ter um dia abençoado.
Com seu chinelo de couro e o facão pendurado
Sobe em seu forte cavalo e vai para o roçado.
Quando chega a tardezinha
Lá vem ele abrindo a cancela
Gritando para a filharada
Que tem milho para pôr na panela.
A esposa bem contente
Puxa logo a oração
Reza a Ave Maria para lhes dar proteção
Em torno da simples mesa
Reina a paz e a gratidão
Tem comida, tem amor
Na casa lá no sertão!
Lá no alto dos coqueiros o canto dos bem-te-vis é um bom despertador
E tudo de novo começa
Para o trabalhador.
Com seu bocapio ao lado
O homem sai para a roça
Levando em seus pensamentos
O sorriso de seus descendentes.
Na esteira lá na sala
Os filhos sentados estão
E a mãe rezando o Pai Nosso
Dar-lhes a alimentação.
Com as secas ou as enchentes
O sertão tem muita gente
Que não desistem do chão.
Planta
Colhe
Alimenta
Até vende lá na feira
O que nasceu de suas mãos.
O sertanejo é forte
Sofre
Chora
E se levanta
Em qualquer situação.