Vou além das coisas,
em meias-voltas,
de solidão,
não há sol agreste,
nem lua purpurina,
que me faça esquecer você.
Sou porto velho,
sem mastros,
alento ao vento
maino que sufoca
pelo calor, e pela
minha passividade.
Passo da meia-noite,
igual a criança
procurando
brinquedos de feliz.
Vou atrás dela,
onde ela for.
Sou medidor de
passos
e
calculador de
dores.
Rogo que tudo passe,
que deste sonho
eu corra
pro lado de lá,
longe daqui,
perto do bem longe,
rodeando
as saias dela.
Sou voz livre
e aventureiro
dos sós.
Sigo passo de trilhas,
que se enviezam nos trigais.
Mas nunca pude salvar,
na luta pela vida,
salvar a vida,
salvar nosso amor.
Foi num dia só,
mas foi pro resto da vida!