Recomeçar.
Enquanto procuravas por ti em outros corpos
Disponíveis e oferecidos aos desejos teus
Eu lutava com os medos meus,
Driblava a insegurança
Tentava em vão, como uma criança
Entender aquela loucura,
E ensaiar o meu adeus...
Saí lentamente, sapatos na mão,
Sem ruído nem alarde,
Havia um coração a remendar
Nas noites vadias de sentido
E por ilusões passageiras tecidas,
Onde desembarquei sonhos antigos
E teci novos enredos...
Hoje tudo jaz em memórias
Que ressurgem cada dia mais remotas
Como um soneto inacabado
Num papel amarelado
Numa gaveta qualquer esquecido.
É hora de recomeçar
Nova vida, em outro lugar.