Casa de Fé
Batuques chamaram Jurema,
O cheiro no ar,
É de paz,
Alfazema.
O velho caboclo,
Cheirava rapé,
Seu Cachimbo perfumava,
E tudo defumava,
Do primeiro fio de cabelo,
Até a sola do pé.
Ali a baiana reinava,
Como muitas,
Chamadas de casa de fé,
E os que vinham de lá ajudavam,
Aos que deste lado,
Nadavam contra a maré.
Tantos ali encontravam,
Chegava o índio,
Também o Seu Zé,
Casa pequena,
Apertada,
Paredes erguidas a sapé.
Um dia,
A capoeira foi criminalizada,
E também as casas de fé,
Paredes foram derrubadas,
Queriam tombos a Umbanda,
Também o Candomblé.
A Terra,
Terreiro,
Ligados ao solo,
Nascidos do barro.
Do couro curtido,
Nasceu o batuqueiro,
A persistência surgiu,
Na resistência de um povo guerreiro,
Sucumbiu à dor,
E da dor,
Um bom macumbeiro.