Casa de Fé

Batuques chamaram Jurema,

O cheiro no ar,

É de paz,

Alfazema.

O velho caboclo,

Cheirava rapé,

Seu Cachimbo perfumava,

E tudo defumava,

Do primeiro fio de cabelo,

Até a sola do pé.

Ali a baiana reinava,

Como muitas,

Chamadas de casa de fé,

E os que vinham de lá ajudavam,

Aos que deste lado,

Nadavam contra a maré.

Tantos ali encontravam,

Chegava o índio,

Também o Seu Zé,

Casa pequena,

Apertada,

Paredes erguidas a sapé.

Um dia,

A capoeira foi criminalizada,

E também as casas de fé,

Paredes foram derrubadas,

Queriam tombos a Umbanda,

Também o Candomblé.

A Terra,

Terreiro,

Ligados ao solo,

Nascidos do barro.

Do couro curtido,

Nasceu o batuqueiro,

A persistência surgiu,

Na resistência de um povo guerreiro,

Sucumbiu à dor,

E da dor,

Um bom macumbeiro.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 02/06/2022
Reeditado em 02/06/2022
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