Carta ao Passado.
Não espere por mim,
Não vou voltar.
Apenas parti,
Segui em frente,
Abri a porta,
Sobrevivi.
Não fui muito longe,
Sempre estive por aqui,
Entre as idas e voltas,
Não esqueci de você,
Mas,
Algumas lembranças perdi.
Excessos,
Não pude conter,
Com a falta,
Pude conviver,
A nostalgia vezes aparece,
A curto,
Degustando com uma dose de cachaça,
Adocicada com licor de canela,
Fecho os olhos,
E sinto o poder,
Que faz com que as paredes do tempo,
Possam se quebrar,
E eu,
Retroceder.
Acaba.
Paredes erguidas,
Estruturas reconstruídas,
Sigo,
Rumo ao fim.
Não me julgue pessimista
Talvez um realista,
Não há bom,
Ou ruim,
Tudo nesse mundo é assim,
Acaba,
Tem fim.
Enquanto ele não vem,
Insisto em seguir,
Todos os dias acordo de meu último sono,
Penso no que foi,
E no que está por vir.
Degusto meu último café,
Deixo a fumaça de meu último cigarro,
Meu peito invadir,
E evadir,
Assim,
Como é.
Minha última preocupação se desfaz,
Foi com o vento,
Talvez volte,
Ou nunca mais.
Ouço a última música,
Que todos os dias insiste em tocar,
Preparo meu último almoço,
Separo meu último jantar.
A noite cai,
O sono vem,
E tudo se repete,
De forma diferente,
Sempre a frente,
Em um eterno vai e vem.