meus modos
são pequenos,
miúdos,
quase obtusos,
iguais à
insetos
sem rumo.
mas sincero
e comovente
é minha passagem.
passo no arco
de uma porta
procuro por ela,
ao largo.
a porta
é estreita,
bordada
por feixes.
mas só
encontro
os espelhos
sem imagens,
pois os
que se foram
nem deixaram
uma flor,
ou
um arco
de bela luz.
Mais havia
um bilhete
também
sem rumo
e prumo.
querido amigo
- dizia o bilhete -
fui
contravalor,
e te deixo
em boa hora
pois tal
milagroso
amor,
de
falido,
morreu!
que faço eu?
e o povo diz:
planta e
novamente
colhe.
minha desdita
é pequena,
boa
de nela
falar.
o amor que
de eterno
tinha muito,
viou suco de beber,
caiu na boca do povo,
virou caminho
de roça.
e, para
o povo,
puro motivo
de troça:
pois lá
eles dizem:
lá vai ele:
o dono do amor
eterno.
que morreu
nas mãos
dela:
amor
puro,
virou
urso
atravessado
na meras
trilhas
de
ontem.
E, agora,
vou mal até
de berros.
sal grosso
nele!
ave!
ainda é
pouco!
pobre homem de querer
que perdeu seu amor
e agora ainda quer viver !