Propósito

Se a lagarta saiu do casulo e virou borboleta

Não pode mais viver uma vida obsoleta

Com dois pontos, ponto e vírgula e reticências

Ela deseja exclamações, liberdade e eloquência

Pelo sim, pelo não, não tolera mais sermão

Quer ter opinião e só ouvir o que diz o coração

Deslumbrante e colorida, deu início à nova vida

Em sua casca estava agoniada e oprimida

Peço a ela que fique atenta aos predadores

Há aranhas esgueirando-se nos arredores

Mas ela sorve todo o néctar, poliniza flores e teima

Justificando sua existência e também a deste poema.