Receptáculo

Ossos do corpo e ossos do ofício

Bem visto o fruto não visto por último

Sou um sonhador não identificado

Fazendo parte de todo esse espetáculo

Proseando dias e noites em pensamento

Em detrimento do silêncio que vagueia

Costurando o tecido existencial

De cada arte que em mim incendeia

A tela que fica na telha

Da linha tênue que semeia

O repertório de enfadonhos

Encontros não combinados

Onde deixei meus abraços?

Quando falo não estou falido

Poucos pilas no meu espaço

Amassam o popular iludido

Assim caminha a unidade

E a humanidade desintegra

Orquestrando a imparcialidade

De cada réu que se condena

Recesolo
Enviado por Recesolo em 11/05/2022
Código do texto: T7514117
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