Receptáculo
Ossos do corpo e ossos do ofício
Bem visto o fruto não visto por último
Sou um sonhador não identificado
Fazendo parte de todo esse espetáculo
Proseando dias e noites em pensamento
Em detrimento do silêncio que vagueia
Costurando o tecido existencial
De cada arte que em mim incendeia
A tela que fica na telha
Da linha tênue que semeia
O repertório de enfadonhos
Encontros não combinados
Onde deixei meus abraços?
Quando falo não estou falido
Poucos pilas no meu espaço
Amassam o popular iludido
Assim caminha a unidade
E a humanidade desintegra
Orquestrando a imparcialidade
De cada réu que se condena