se for zebenda,
mande entrar;
lá fora tá
frio
de arredar !
 
mas
lá no sereno,
ela passeia.
flutua
entre flores
marejadas
por folículos 
d´água.
 
mas se for
zebenda
manda entrar.
 
sei que é difícil,
sei, por
princípio,
que o amor
não vem duas vezes: 
na primeira você
não percebe,
na segunda você percebe,
mas o amor já se foi.
 
mas se for zebenda manda entrar,
e deixe a plebe falar,
pois de minha cadeira
vejo o jardim,
mas de zebenda não vejo mais,
nem sombras e lembranças.
 
isso tudo dói,

na minha vida de ordenanças !
 
sem mais zebenda
o mundo fica esquisito:
igual lenha arquejada
e molhada,
que já não faz mais
fogueira.
 

 isso tudo

dói,

igual a ver os 

súditos em cadeiras

de veludo a fingir

o reza-reza

de mandar !
 
ah!
se zebenda
chegar,
manda entrar,
pois estou de
olheiras
por esperar !


 

José Kappel
Enviado por José Kappel em 08/05/2022
Reeditado em 08/05/2022
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