se for zebenda,
mande entrar;
lá fora tá
frio
de arredar !
mas
lá no sereno,
ela passeia.
flutua
entre flores
marejadas
por folículos
d´água.
mas se for
zebenda
manda entrar.
sei que é difícil,
sei, por
princípio,
que o amor
não vem duas vezes:
na primeira você
não percebe,
na segunda você percebe,
mas o amor já se foi.
mas se for zebenda manda entrar,
e deixe a plebe falar,
pois de minha cadeira
vejo o jardim,
mas de zebenda não vejo mais,
nem sombras e lembranças.
isso tudo dói,
na minha vida de ordenanças !
sem mais zebenda
o mundo fica esquisito:
igual lenha arquejada
e molhada,
que já não faz mais
fogueira.
isso tudo
dói,
igual a ver os
súditos em cadeiras
de veludo a fingir
o reza-reza
de mandar !
ah!
se zebenda
chegar,
manda entrar,
pois estou de
olheiras
por esperar !