Quase, e se?

Adoro a inconstância vindoura

do amanhã que talvez chegará,

a inapercebivel ansiedade do futuro.

mas o que amo de fato

é viver em voz alta,

viver gritado como quem usa fone

no último volume enquanto tropeça;

amo a incógnita de

viver em uma tela acrômica

que se pode colorir a cada dia.

No entanto

o que mais odeio de fato

é a improbabilidade do quase,

sua inconstante batida sem ritmo,

o vazio morno estendido diante

do medo do risco, da tentativa falha.

fazendo-me lembrar do que poderia,

do que nasceria se fosse,

mas não foi.

Paschoal, George

Paschoal George
Enviado por Paschoal George em 27/04/2022
Reeditado em 28/04/2022
Código do texto: T7504647
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.