Eu, Prisioneiro de Mim

Aspecto,

Incertos,

Vejo arquétipos,

De Clarice Lispector.

A dura realidade cotidiana,

Me gera angústia,

Sem platéia,

Exponho meus dramas.

Entendo que pouco,

Ou nada entendo.

A inquietação revela minhas falsas intenções,

A verdade que se esconde nas entrelinhas,

A realidade inventada.

Quem as não inventam?

Na angústia em ser humano,

Sou criador de portas e janelas.

Estou dentro,

Mas necessito ver saídas,

Para buscar o ar de fora,

Pois se aparece o medo,

Assim não me devora.

As perguntas surgem

Porém sem respostas.

E eu,

Escrevo,

Textos,

Poesias,

Músicas,

Notas.

E que sorte do meu eu,

Ter eu como próprio cativo.

Se contradizem a todo momento,

São opostos em pensamentos,

Para um,

O outro é tormento,

Mas um é para o outro,

Essência,

Descobrimento,

Assim como para nuvens,

Há o vento.

Galáxias movem e manifestam-se dentro de mim,

Dinâmico,

Como a velocidade de meus pensamentos,

Tamanha rapidez,

Que vezes escapa o verso,

Esconde o verbo,

A poesia se perde na contemplação da insinuada da nova ideia.

Tão livre,

E prisioneiro de mim.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 26/04/2022
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