G A N G O R R A

     G A N G O R R A

Quando grita meu silêncio

Mudando fisionomia,

Vivo embate graúdo,

Há algo que não queria;

Amargo cala até mudo

Ferindo a melodia.

Quando a felicidade

Invade também meu corpo,

Os joelhos querem dobrar

Sem reclamar desconforto;

Rosto olhando pra cima,

Boca só querendo louvar.

Em momentos tão distintos

Corpo responde por alma

Num autêntico dueto,

Cada qual com seus instintos

Impressos num só panfleto

Ao vento, num labirinto.

Alternância dum e doutro

É da vida a essência,

Gangorra que nunca para,

Que mede resiliência,

Mede tamanho do querer

Ainda que sem parecer.

Euforias não são longas

E as tristezas também não,

Muda data, muda lua,

Assimile meu coração;

O que nunca pode mudar

É a fome de superação.

AMN DIDO
Enviado por AMN DIDO em 15/04/2022
Código do texto: T7495882
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