Macrocósmico

Talvez uma falha no macrocosmo,

Ou um devaneio existencial.

Procurando pela definição da vida.

Tentando entender o que sou e posso ser.

Esculpido na linha tênue entre início e fim,

A vida deixa questões que nem a morte pode responder.

Um ser oriundo do vazio,

Ou talvez a obra-prima de um Demiurgo.

Feito para triunfar dentre as estrelas,

Ou ser apenas um estigma no mundo.

Uma sombra da migração espiritual,

Talvez um fragmento do divino ou do infernal.

Sou uma simples passagem,

Quem sabe sou apenas uma miragem,

Procurando pelo sentido em respirar,

Respirando dúvidas sobre esta existência.

Não sou o nome que tenho,

Não sou o rosto que veem,

Não sou essa concha em formato humano,

Não sou o que vejo em mim...

O início deixa perguntas que serão respondidas no fim?

Quem explica as dúvidas?

Astros coexistem, mas pensamentos se extinguem.

O que mantém a chama interna acesa?

O que nos eleva para tocar as estrelas?

Como definir o incompreensível?

E se após o último suspiro recebermos um novo início...

Há mais na vida do que estes olhos podem ver,

Há mais em mim do que posso sentir.

Além da luz primordial,

Fora do alcance de Deus,

Diante do vazio abissal,

Existe um oceano sem fim,

Onde finito e infinito residem.

Talvez sejamos apenas meras sombras de nós mesmos,

Meros brinquedos do destino.

O que choca uma existência em outra?

O que cria o fulgor na alma dos escolhidos?

Se Deus é a resposta para tudo,

Por que somos abandonados neste túnel?

Seres complexos marchando em linha reta,

O que se recebe quando atingirmos enfim a meta?

A vida deixa perguntas que nem a morte responde,

A morte deixa marcas que nem a vida retifica.

Um ponto apagado no macrocosmo,

Uma falha na migração espiritual,

Um primogênito do barro,

Uma gota da sopa primordial...

Quem explica a existência senão nós mesmos?

Foi realmente Deus que nos deu a vida que temos?

Jaison Rodrigues
Enviado por Jaison Rodrigues em 15/04/2022
Código do texto: T7495618
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