e lá pareço
como sou,
e lá sou o que
pensam o que não sou?

e lá ligo pra os que
vão cheios de glórias ?
e voltam imersos
na solidão a cada
meia hora ?



pelos ozônios
que nos cercam !
não sou o que sou,
não sou jardim de cheirar,
ou sol de rolar cor,
não sou pão de natal
nem champanha de beber.

mas, afinal quem sou?

pax vobis!

é até castigo !

parem de me chamar
de joão-sozinho
porque me enterro
em seu corpo,
e viro ora-ora que usa
até de entrelaços
prá sentir
seu cheiro de vestido

que um dia meu rosto 

percebeu !

José Kappel
Enviado por José Kappel em 12/04/2022
Reeditado em 12/04/2022
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