Tenho luz de disfarce,
comodato de três quartos;
num, farelo solidão,
noutro me perco de fanfarrão!

Pois olho que te falo:
Solidão é coisa braba -
bate e atarracha melros
de desespero - em qualquer casta.

Por isso tenho luz e disfarce:
numa ora sou pó de varrer,
noutra, choro até escurecer,
tanto lá,
como cá,
na fase negra da Lua
na sombra eterna do Sol.

Primavera que é bom
nunca veio aqui.

- Ela tem o dom de não

visitar os sós !

Agradeceu de bom agrado
e imaginou:
que faz esse homem?
perdido dentro de si mesmo
sem ter ao menos
um corpo de vestir !

 

O que esse homem faz aqui ?

Pois lá digo,

sem sabor de vitória,

- já no fim -

das letras.

 

Esse homem é aquele que

foi mandado pros confins

dos dias sem aurora !

 

Foi amado e, de branco,

e mando sem cor,

para os caminhos sem fim,

outrora chamada de magia

de um grande amor !

 

 

 

 

José Kappel
Enviado por José Kappel em 12/04/2022
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