Límpida igual ao brado do deserto,
silenta, absorta, vaga,
misto de troiana e vestal,
vida e impasse, dúvidas e cruéis ansiedades,
navegam pelas areias de seu corpo,
num mundo regado
pelo sol, mas fogoso em sua tristeza premente,
onde ainda buliça a esperança.
Assim, hoje, te vejo:
absinta e colorida de festas de luzes,
recostada em colunas de pó e argila,
aliciada pelo teu véu castiço, que
reborda junto ao vento e amacia a pedra.
Vaga, holocausta pelas dores da vida.
Se te alcançam é sempre para medir
o espaço que te separa entre a luz e as estrelas.
Assim te vejo hoje,
num pedestal de rosas serenas.
Mas, dó de mim !
Dores de quem te perdeu.