Tudo em Ordem
Está tudo em seu lugar,
Sóis,
Luas,
Galáxias.
Na mais exata perfeição.
O silêncio do universo é rompido por um cometa arredio,
Que rasga o escuro da noite.
Cansado dos círculos e voltas impostas,
Se desprendeu da gravidade,
Quis conhecer outras galáxias,
Enfrentar o buraco negro,
Desafiar nuvens de meteoritos.
Enfrentar o universo,
Desobediência atrevida,
Confronto,
Olhando o tudo,
Rompendo o nada.
Unidades gravitacionais avisadas,
"Cometa a ser abatido",
Tentam o prender a um planeta,
Mas sorrateiro,
Se esquiva,
Desenha os céus,
Sem ter papel e caneta.
Sabe que o fim o espera,
Antes assim,
Do que a eternidade delineada por infinitas voltas em torno de algum astro.
A liberdade tem um preço,
Está disposto a pagar.
Toda a matéria do universo o inveja,
Vivem tristes,
Obedecem leis estabelecidas,
Gravitacionais,
Se privam de tudo,
Existem,
Não sabem o que é vida.
A gravidade me prende ao chão,
Leis me amordaçam,
O capital limita meu corpo,
Aflige minha alma,
Ataca meu coração.
Bagunça minha mente,
Mas não destrói.
Ali guardo sonhos,
Ou são ilusões?
Não sei.
Me acalenta e buscam me manter vivo,
Para mais um pouco rodopiar em torno de algo que nunca desejei buscar.
E toda vez que vejo uma estrela cadente,
Torço para não cair,
E peço para me levar.