Tudo em Ordem

Está tudo em seu lugar,

Sóis,

Luas,

Galáxias.

Na mais exata perfeição.

O silêncio do universo é rompido por um cometa arredio,

Que rasga o escuro da noite.

Cansado dos círculos e voltas impostas,

Se desprendeu da gravidade,

Quis conhecer outras galáxias,

Enfrentar o buraco negro,

Desafiar nuvens de meteoritos.

Enfrentar o universo,

Desobediência atrevida,

Confronto,

Olhando o tudo,

Rompendo o nada.

Unidades gravitacionais avisadas,

"Cometa a ser abatido",

Tentam o prender a um planeta,

Mas sorrateiro,

Se esquiva,

Desenha os céus,

Sem ter papel e caneta.

Sabe que o fim o espera,

Antes assim,

Do que a eternidade delineada por infinitas voltas em torno de algum astro.

A liberdade tem um preço,

Está disposto a pagar.

Toda a matéria do universo o inveja,

Vivem tristes,

Obedecem leis estabelecidas,

Gravitacionais,

Se privam de tudo,

Existem,

Não sabem o que é vida.

A gravidade me prende ao chão,

Leis me amordaçam,

O capital limita meu corpo,

Aflige minha alma,

Ataca meu coração.

Bagunça minha mente,

Mas não destrói.

Ali guardo sonhos,

Ou são ilusões?

Não sei.

Me acalenta e buscam me manter vivo,

Para mais um pouco rodopiar em torno de algo que nunca desejei buscar.

E toda vez que vejo uma estrela cadente,

Torço para não cair,

E peço para me levar.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 18/03/2022
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