SERENIDADE
A cidade jaz, em noite estrelada...
a primavera prevalece, a lua floresce
uma luz bruxuleante por trás da enseada,
foi-se o rubor do ocaso, e o sol adormece.
Os recantos têm vitrais fluorescentes,
minha imaginação é fantasia fecunda
toca-me a alma um vento indulgente,
alegria é sonata que na poesia circunda.
A cidade jaz, em tempos de paz...
um rumor longínquo, um retalho ao léu
harmonia conquistada não se desfaz,
vejo aves noturnas proseando sob o céu.
Ó infinito tão lindo doa-me sonhos...
onde luas minguantes descem ao mar;
nas manhãs alegres, num despertar risonho,
os devaneios tecem a docilidade de amar.