Relâmpagos
Atravessei com desvarío e medo toda aquela profundidade desabitada, aquela última fronteira,
A luz indecisa produzia em meus olhos flechas de fogo que golpeavan a alma, entendi o tempo que é como um rio que caminha,
O incompreensível esquecimento é uma faca sempre abrindo cada dia mais a ferida, o silêncio distante dos teus passos e como um canto de alegria,
Há uma ânsia que percorre falida todos meus espaços, é como algo que apodrece na sombra, um réptil que avança e devora todas essas ilusões encurraladas num caminho sem retorno,
A bondade escondeu-se entre relâmpagos de infância perdida, entre férias que não foram vendidas, entre regressos e versos de nostalgia.