Trotes da vida
Fortuita ligou-me bem cedo,
Outra vez um trote da vida,
Dizendo sobre a caminhada,
Que afirmou estar vencida.
Ligou mais tarde um tal artista,
Por igual de forma imprevista,
Dizendo-me o extravagante,
- Sem ponto e sem virgula,
Que em sonho aloucado,
Namorava a Mona Lisa.
Por fim uma última chamada,
Essa sim já bem prevista;
A morte desinteressada,
Desmarcando a entrevista.
Segui por este vivendo,
Este tal que lhe comunica,
Atendendo os chamados,
Tais tantos trotes da vida.
E mesmo que eu as recuse,
Tais chamadas imprevistas,
No fim há sempre um contato,
Este que sempre me visita;
Com sorriso inebriante,
E uma espada cristalina,
Esse que não é morte,
Mas que também não é vida,
Mais que sonho e fantasia;
É a esperança que cresce,
É vontade que impregna,
É insistência severa,
É mais um trote da vida.