ALEGRIA ASSOMBRADA
ALEGRIA ASSOMBRADA
Os assombros ensinam,
Quando dizem e não dizem,
Desde qualquer idade.
A avidez das crenças,
Ainda com o poder das coisas,
Egoísta e passageira,
Experimenta os olhares do amor,
Com a distância das diferenças.
O espaço do vazio físico,
Mentalmente, horroriza-se,
Ante o pressentimento do morrer.
Mansamente, o compromisso escreve,
O detido instante da beleza.
A psicologia da vez,
Que há nos mitos,
Canta a noite,
Lentamente deslizada,
Para o nascimento.
A grandiosidade da observação,
Ama a luz oculta,
Que habita na verdade.
A realidade estável das partes,
É pública.
A bondade do ar,
Caminha por correntes.
Única, a sabedoria,
Apenas poetiza,
O sentimento de vida,
De toda naturalidade.
A descoberta se revela,
Na normalidade do viver.
O ter das horas,
Amanhece antigo.
A palidez dos sinais,
Perfuma o florescer do convívio.
A surpresa recente das chegadas,
Mundana, pobre e arcaica,
Preserva brinquedos.
Transportado ou parado,
O percurso mortal,
Passeia por toques.
As entradas desconhecem,
O afundar localizado no esquecimento.
Sementes sangram,
Ébrias de exagero.
As paixões incertas da voz lânguida,
Dificultam as pausas.
As chances concedidas pela alegria,
Desperdiçam a perdição.
Sofia Meireles.