ALEGRIA ASSOMBRADA

ALEGRIA ASSOMBRADA

Os assombros ensinam,

Quando dizem e não dizem,

Desde qualquer idade.

A avidez das crenças,

Ainda com o poder das coisas,

Egoísta e passageira,

Experimenta os olhares do amor,

Com a distância das diferenças.

O espaço do vazio físico,

Mentalmente, horroriza-se,

Ante o pressentimento do morrer.

Mansamente, o compromisso escreve,

O detido instante da beleza.

A psicologia da vez,

Que há nos mitos,

Canta a noite,

Lentamente deslizada,

Para o nascimento.

A grandiosidade da observação,

Ama a luz oculta,

Que habita na verdade.

A realidade estável das partes,

É pública.

A bondade do ar,

Caminha por correntes.

Única, a sabedoria,

Apenas poetiza,

O sentimento de vida,

De toda naturalidade.

A descoberta se revela,

Na normalidade do viver.

O ter das horas,

Amanhece antigo.

A palidez dos sinais,

Perfuma o florescer do convívio.

A surpresa recente das chegadas,

Mundana, pobre e arcaica,

Preserva brinquedos.

Transportado ou parado,

O percurso mortal,

Passeia por toques.

As entradas desconhecem,

O afundar localizado no esquecimento.

Sementes sangram,

Ébrias de exagero.

As paixões incertas da voz lânguida,

Dificultam as pausas.

As chances concedidas pela alegria,

Desperdiçam a perdição.

Sofia Meireles.

Sofia Meireles
Enviado por Sofia Meireles em 09/03/2022
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