ENCANTOS PERDIDOS
Ó encanto desmedido de viver,
Dai-me teu sopro de amparo
Enquanto vida houver para desfrutar,
E deixe-me extasiado sem motivos.
Deixaste-me triste com a sua ausência pungente,
Que tanto corrói meu pensamento,
Enquanto respiro ofegante rumo ao breu da noite
À procura do elo entre a noite e meu ser.
Encantou-me com suas promessas vazias,
Desmancháveis iguais às flores em pleno outono,
Sem o menor adendo de voltar a florescer
Para o meu desgosto mais secreto.
Desejo cercar-me somente pela angústia,
Sim, pela angústia feroz de viver
Livre de qualquer falsa alegria que me dê calma,
Esta que me arranha e destitui-me de mim.