A Passista

Entre confetes e serpentinas,

Fantasiada de colombina

Saí à procura daquele pierrot

Que me ofereceu

Um pouco da ilusão

De um Carnaval

Em vão...

Estavam todos ocupados

Com seus celulares ligados

Atrás de um amor virtual

Vi sorrisos falsos, rasgados,

Vi dentes podres, escancarados,

Olhares esbugalhados,

Rostos mascarados, disfarçados

Brindando, fingindo-se

Apaixonados...

Tentei gritar :

É Carnaval...

Caiamos na folia

Tive meu grito

Sufocado

Não pelo som

Do tamborim,

Não pelo choro

Do arlequim...

Esquecida,

Perdida, na pista

Errada...

Por fim,

Vestida de

Passista

Com sandálias

Prateadas,

Pernas à vista,

Sentindo-me

A mais bela

Das belas...

Aportei na

Passarela...

E, como nunca,

Sambei...

Adornada da mais

Exultante alegria

Exuberante naquela

Fantasia

Desfilei

E, na avenida,

Sob aplausos e assobios

Voltei à vida...

... Só você não viu.

"Foi um rio que passou em minha vida e o meu coração se deixou levar..." (Paulinho da Viola)

bmh@ em 15 /02 /2020

Bárbara Hupsel
Enviado por Bárbara Hupsel em 18/02/2022
Reeditado em 18/02/2022
Código do texto: T7454919
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