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Um corpo, apenas,

solto na madrugada,

vagando em pensamentos...

 

Copo na mão, água sem solução.

Aos poucos um som,

invadindo a sala.

 

Primeiro tão longe,

até tocar a alma.

 

Notas que chamavam,

choravam, falavam...

 

Quem seria o dono das notas tristes

na madrugada fria?

 

Tantas janelas...

E uma tristeza ímpar.

 

Notas respingavam em meu copo,

tão sutis e tão profundas...

 

Da janela apenas o som,

e as folhas das árvores,

numa cadente melancolia.

 

Uma sombra, entre a cortina,

revelou-se,

na lentidão de movimentos.

 

Quase parado.

Dorso sombreado,

marcas na madrugada.

 

Já não estava só.

Eram mundos de tristeza.

 

TACIANA VALENÇA
Enviado por TACIANA VALENÇA em 16/02/2022
Código do texto: T7453843
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