Um corpo, apenas,
solto na madrugada,
vagando em pensamentos...
Copo na mão, água sem solução.
Aos poucos um som,
invadindo a sala.
Primeiro tão longe,
até tocar a alma.
Notas que chamavam,
choravam, falavam...
Quem seria o dono das notas tristes
na madrugada fria?
Tantas janelas...
E uma tristeza ímpar.
Notas respingavam em meu copo,
tão sutis e tão profundas...
Da janela apenas o som,
e as folhas das árvores,
numa cadente melancolia.
Uma sombra, entre a cortina,
revelou-se,
na lentidão de movimentos.
Quase parado.
Dorso sombreado,
marcas na madrugada.
Já não estava só.
Eram mundos de tristeza.