Lua
Objetivo era a lua,
Queria as portas do céu,
Ficar vagando no espaço,
Foguete feito em papel.
Meu capacete era bola,
Cortada,
Trabalhada em pincel,
O uniforme eram sacos,
que encontrava ao léu.
O brilho me encantava,
A luz no mar refletia,
Entre estrelas brincava,
Alguma, às vezes,
Caia.
Como voar,
Sem ter asas?
Como chega,
Sem ter guia?
Aqui o tempo passava,
Nada acontecia.
Me acompanhou por estradas,
Minhas canções,
Sempre ouvia,
Outras paixões,
Tu velavas,
Não era teu,
E eras minha.
Longe de ti,
Não percebi,
A idade chegou.
A gravidade,
Talvez por ciúmes,
Me prendeu,
Me segurou.
Ponteiros correm,
Se aproxima a hora de partir,
Um dueto de dúvida e esperança,
Orquestram o que esta por vir.
Morada eterna é a lua?
Ou vamos direto ao sol?
A nostalgia invade,
E corta mais que cerol.
Olho o velho pinheiro,
Um dia nele subi,
Lá,
Onde pude chegar,
Um pouco mais perto de ti.
Nele contei meu segredo,
E a tua voz pude ouvir,
Me disse que o teu brilho,
É refletido por mim.