Lua

Objetivo era a lua,

Queria as portas do céu,

Ficar vagando no espaço,

Foguete feito em papel.

Meu capacete era bola,

Cortada,

Trabalhada em pincel,

O uniforme eram sacos,

que encontrava ao léu.

O brilho me encantava,

A luz no mar refletia,

Entre estrelas brincava,

Alguma, às vezes,

Caia.

Como voar,

Sem ter asas?

Como chega,

Sem ter guia?

Aqui o tempo passava,

Nada acontecia.

Me acompanhou por estradas,

Minhas canções,

Sempre ouvia,

Outras paixões,

Tu velavas,

Não era teu,

E eras minha.

Longe de ti,

Não percebi,

A idade chegou.

A gravidade,

Talvez por ciúmes,

Me prendeu,

Me segurou.

Ponteiros correm,

Se aproxima a hora de partir,

Um dueto de dúvida e esperança,

Orquestram o que esta por vir.

Morada eterna é a lua?

Ou vamos direto ao sol?

A nostalgia invade,

E corta mais que cerol.

Olho o velho pinheiro,

Um dia nele subi,

Lá,

Onde pude chegar,

Um pouco mais perto de ti.

Nele contei meu segredo,

E a tua voz pude ouvir,

Me disse que o teu brilho,

É refletido por mim.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 13/02/2022
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