Escuta!
Esquenta os pés
Pise no chão
Corro pro mundo
Nefasto
E sumo
Me escondo
Em escombros de noites frias
Tudo o que me fazia
Em camas estranhas dormias
Saciar teu gozo sombrio
Amargo e doentio
Alimentar o sonho infantil
Do sono de quem não dormiu
A noite toda
Tola
Toda minha, sua, nua, flua
Flutua
De encontro ao tato que sinto
Faço graça de cenas que brinco
Sopro um sigiloso caminho de memórias
Algumas histórias...
Sente para escutar!
De lugares que fui
Não sei como
Quando
Mas vou contar!
E não ouse me calar
Ah... se for para tu brincar
Que seja dito!
Refaço, encontro passos
Desminto
Ignoro tantas verdades
Escondendo em vaidades
Pintadas, rasgadas
Jogadas
Em papel
Por um triz!
Serei como já diz
Assim tão pouco ousada
Sigo sempre afiada
Aliada a mim mesma
Famoso batom que tu beija
E tão pouco cai no rum
Só um
Só dois
Nenhum...
Nem meu
Nem seu,
Nem amanhã, talvez
Solto, prendo
Um, dois
Três!
Maldita conta infeliz
Conto para tu,
depois me diz o que achou
Se amou
Se detestou
Se me escondo de quem sou
Se mostro para o mundo ver
A mim
E a você
Resta apenas esquecer?
Resolvi pagar pra ver
Toma!
Ah, não...
Não faz a soma.