Anáfora antagônica

Ora é réu, ora é juiz,

Ora é pássaro, ora é o alpiste.

Ora é triste, ora é feliz,

Ora insiste, ora desiste.

Ora é sol e ora é lua,

Ora é dia, e ora é noite.

Ora em casa, ora na rua,

Ora é abraço, ora é açoite.

Ora é poema, ora é soneto,

Ora é verdade, ora é mentira.

Ora é branco e ora é preto,

Ora é sincero, ora é traíra.

Ora cai, ora levanta,

Ora deitado e ora em pé.

Ora chora e ora canta,

Ora é homem, ora é mulher.

Ora é amigo, ora inimigo,

Ora é calma, ora é espanto.

Ora é perdão, ora é castigo,

Ora armadilha, ora acalanto.

Ora é paz e ora é guerra,

Ora é rima e ora é prosa.

Ora é Marte e ora é Terra,

Ora é cravo e ora é rosa.

Ora é perdão, ora é castigo,

Ora é passado, ora é momento.

Ora é joio e ora é trigo,

Ora é abrigo, ora é relento.

Ora é estático, ora é dinâmico,

Ora é frio, ora é calor.

Ora tranquilo e ora em pânico,

Ora é ódio, ora é amor.

Valério Márcio
Enviado por Valério Márcio em 04/02/2022
Reeditado em 04/02/2022
Código do texto: T7444778
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.