Fim das eras
Ao fim das eras
Ate as quimeras de Augusto
Serão pó
Por isso,
todas as noites,
converso com as minhas
Pequenas e singelas.
Vamos tricotando
de laços a nós
Jogamos na panela
Belas e feras
Cascos e ascos
Braços e abraços
Versos e os inversos
Amores e os dissabores
Que, por vezes, são um só
E de lá sai o caldo,
A fonte da vida.
É espesso, sim
Amargo.
Às vezes agridoce,
mas não mais que isso.
Porém, o bebemos todas as noites
pois sempre pensamos
"Dessa vez vale a pena"
E então, findo o ritual,
adormecemos.
Por isso,
todas as noites,
depois do tricote,
deito com elas e guardo recortes,
de minhas queridas quimeras.
(Poesia escrita em 01 de dezembro de 2014)