O MEU ROSTO DE MENINO
O meu rosto de menino
O frio tempo levou
Somente rugas e cabelos brancos
Foi o que ele deixou
Cansado meus pés caminham
Pela estrada da vida
Mas cheio o meu coração
Das experiências vividas
Não reclamo pela velhice
Estar bem pertinho, ao meu lado
Pois se não fosse o tempo
Aqui não tinha chegado
Queria eu só ter vivido
Mais do que pude viver
E ter feito muito mais
Do que pude fazer
Amar e semear amor
Sem peso e sem medida
Sei que assim minha estrada
Estaria bem mais florida
Compreendido muito mais
Do que pude compreender
E meus braços também acolhidos
Mais do que puderam acolher
Mas se há vida há esperança
É assim que eu quero ser
Encher de luz meu caminho
No que me resta viver
Completar assim o sentido
De toda a minha existência
Pois na minha alma o tempo
Jamais tocará na aparência