Monstro invisível
Nas ruas á um monstro que respira entre calçadas e avenidas, a cidade dizimada e cheia de delírios petrificados vive de profecias e sobreviventes.
Vislumbres desculpas e desperdícios se confundem entre a vida e a sombra, misturando agonias e ausências com vazios irresponsáveis, com promessas importadas e homens que habitam sem viver.
Casais caminham inconsequentes com essa proverbial urgência de ser algo mais, de inventar contra senhas e alegorias que dem ânimo de lua e mel .
Na cidade á um monstro que líquida definitivamente miudezas cotidianas, que quebra sonhos e solidões, que leva consigo notícias e auriculares, melancolias prazer e lágrimas, que vende o inimigo e depois destrói suas memórias com rostros fugazes e triviais, levando presságios de obscura inocência perdida.