Entre o temporal e a pobreza
Todas essas gotas vão limpando a duras penas ruas miseráveis de desdém e barro,
O lixo e as calçadas disputam e inundam com cadência cada metro quadrado de pobreza, o céu derrama incertezas que recorrem soltas becos e silêncios,
Objetos se movem distantes, se batem e trocam de cor nessa correnteza de incertezas, nesses endereços de dúvidas, nesse deslize suave de sofás e mesas,
O horror de vozes remotas deixa resquícios de muros e manchas, de noites com projetos para o infinito, de jornadas sem ninguém.