A arte da solidariedade

Aos verdadeiros abandonados o meu pesar

A pessoa que abandona se torna a abandonada

Você não quis aprender a arte de calar,

A arte de auto cuidar,

A do bem estar,

A de suas economias de trabalho contínuo, guardar

Porque a pessoa iria embora, de qualquer jeito

É Maktub, estava escrito

Não te merecia

Queria te moldar

Feito figuras de Barro

E de bibelô te usar

Você deveria ter procurado outra pessoa

Pra juntos terminar os dias

A ilusão de uma promessa

De um nunca abandonar

Era só canção que ouviu no lado escuro do próprio coração

Agora você está aos cuidados da irmandade

Aqueles que nunca prometeram não se abandonarem

Mas aprenderam no pacto silencioso

da fome de afeto

e do inconsciente abandono,

a arte da solidariedade

de jamais se abandonarem.