A verdade nua e crua

A verdade já foi para mim um evento não aproveitado,

Hoje, no entanto, penso nela como parte importante de minha realidade,

E para que não se conceba um malgrado,

Afirmo, com certeza, que foi na verdade que alcancei minha dignidade.

Quantos dias vividos com base em fantasias e desilusões!

Sim! Eu acreditei em mentiras e as vivi sem pudor,

Desnorteado e sendo levado sem controle por todas as emoções,

Eu fui, por muito tempo, alguém que fingia não sentir a dor!

A consciência derradeira, então, prevaleceu,

A chuva de tornou mais fria, a noite mais escura e a vida mais passageira,

O que antes era sonho, agora é a realidade do meu "eu",

Alguém que pensa saber sobre todos os caminhos encobertos pela sujeira!

Que bela piada! Eis o grande dilema da verdade nua e crua!

Tudo, realmente, se define pela perspectiva,

Um ser suscetível a não seguir a trilha por desconhecer o que o cerca,

Se encontra no mesmo plano de um conhecedor que empilha mais vergonhas que descobertas!

Verdadeiramente, vejo-me agora como um sujeito que mantém os olhos abertos,

Mas que faz nascer constantemente retrocessos e absurdos,

E por mais que eu possa ver ou ouvir a verdade,

Tenho percebido a mim mesmo como alguém cego e surdo!