Os Amantes
Dois amantes à música se movimentam
A obedecer às ordens de cravo afinado
Com a lua e as estrelas a reluzir sobre seus corpos
Como uma mortalha de diamantes
Com um violáceo brilho, começa:
“Amado meu que com seu negro manto vagas
A encobrir as terras, as plantas e todos
Entrego-lhe aqui este presente
Que por toda a eternidade há de guardar”
Parada sobre o pé da cama, diz-lhe a sombria figura:
“Reluzente chama de meu coração, que com tua luz
ilumina tudo que respira
Manterei este junto a todos os que com tanto carinho me ofertou!
Pois, assim sei que junto de ti, hei de estar”
Cobrem o corpo que sobre a cama repousava
Com o negro manto que a sombra trajava
Despendem-se então os amantes
Sumindo nos raios lunares,
Para bailar pela eternidade.