De casa ao mercado

Levanto e caminho, vou no mercado levando minha pobre bilheteira tão generosa e tão estéril,

Deslizo suave minha mão entre laranjas e memórias oxidadas, escolho algumas entre carências e alguns pudores inúteis,

Continuo naquele corredor escolhendo alimentos , tentando algo impossível e desafiador, sei que nada justifica essa inoportuna e diária rotina, esses anos com hora marcada, essa impotente vontade de ser algo mais que atira a queima roupa e nao me deixa fazer nada.

Pago e vou embora seguindo meu próprio rastro, ninguém me pergunta coisas que sei, ninguém usa a verdade por vocação,

Entre a abundância e o necessário existe um pouco de utopia e vaidade.

Diego Tomasco
Enviado por Diego Tomasco em 04/01/2022
Reeditado em 16/01/2023
Código do texto: T7421994
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