Entre o banco e o fogão azul

Naquela dança de forró pé de serra

Entre o banco de madeira e o fogão azul

Tem hora que tu é matreiro

Pra se fazer amarrado ao meu peito

Ad eternum

Tu, carinhosamente

Silenciosamente

Sem anunciar palavra alguma

Tu, gostosamente

Lentamente

Bota minha mão sobre tua mão

No ritmo

E ali, na matreirice

Tu, com os olhos cerrados sabe que

Aquilo só, sozinho

(Aquela minha mão na tua mão

No teu peito

Quietamente

Gostosamente)

Não se resolve solitária não

E então você, safadamente

Depois da dança

Umas duas horas depois...

Suga com cuspe

Beija com força

E ama sem amor

Pra quem tem medo

É uma mão na roda

Pra lágrima depois do filme

E pra se ficar de quatro

Isabel Cristina Rodrigues
Enviado por Isabel Cristina Rodrigues em 29/12/2021
Reeditado em 30/12/2021
Código do texto: T7417314
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