DILEMA
Lêda Torre
Sob os lençóis da noite fresca...
Escondo-me debaixo deles,
Para não vê o tempo por mim passar...
Antes que o dia amanheça.
E eu fique triste a chorar....
Eis meu dilema: com quem devo ficar?
Com a saudade do grande amor,
Ou da sórdida solidão?
Senão da saudade doída
Que corrompe o combalido coração?
Firme na minha decisão:
Nenhuma das duas, pronto!
A saudade porque machuca,
E a solidão porque faz meu desencanto!
Porém, é nesse dilema que me encontro,
Dividida por duas companhias indesejáveis,
Ora porque não preciso morrer de saudades,
Nem tampouco do amargor da solidão...
Ambas incontroláveis, cheias de pranto!
Quanta maldade!
Deitar-me faz em pastos verdejantes,
Como acalenta meu Senhor,
Com Ele eu descanso,
Nele nada faltará a mim,
Nem o mais verdadeiro amor.
E com Ele jamais terei pranto
Nem desencanto!
Oh Deus, Deus meu,
Como é bom te ter, Senhor!
Não há mais dilemas,
Nem choro, nem saudade, nem solidão
Enche-me somente do teu mais puro AMOR!
São Luis (Ma), 26/12/2021________