PRELÚDIO
São duas horas da manhã...
Lá fora o tempo chora com lágrimas copiosas...
Na ausência de companhia, me esvazio de mim...
Arqueando as estruturas na borda da taça de gotas penosas
Pensamentos tresloucados de fúria e sobras dos pecados cometidos
Pesos que sentidos n’alma me trouxeram até aqui, desvalido...
Não dá para voltar o tempo, mudar o passado, reescrever a história...
Não se pode apagar a memória cravada no peito feito cicatriz!
Não dá para esquecer que ainda amo, mesmo sem mais poder ver, sentir, afagar...
Recomeçar? Ilusão, o tempo não permite mais!
Se ri de mim... Da minha inocência e estupidez motriz...
Atolado em pensamentos e lembranças, que de boas são cruéis
Fiquei para trás... Encalhado no passado, nas lembranças que eu mesmo esqueci...
Ilusões! Fantasias! Alucinações!
Visões sombrias do que já passou
E tudo segue agora para o triste fim
De tudo aquilo que restou de mim... Intrínseco ao meu coração...
Querer viver agora – pura ilusão!
Ederval Magalhães