PRELÚDIO

São duas horas da manhã...

Lá fora o tempo chora com lágrimas copiosas...

Na ausência de companhia, me esvazio de mim...

Arqueando as estruturas na borda da taça de gotas penosas

Pensamentos tresloucados de fúria e sobras dos pecados cometidos

Pesos que sentidos n’alma me trouxeram até aqui, desvalido...

Não dá para voltar o tempo, mudar o passado, reescrever a história...

Não se pode apagar a memória cravada no peito feito cicatriz!

Não dá para esquecer que ainda amo, mesmo sem mais poder ver, sentir, afagar...

Recomeçar? Ilusão, o tempo não permite mais!

Se ri de mim... Da minha inocência e estupidez motriz...

Atolado em pensamentos e lembranças, que de boas são cruéis

Fiquei para trás... Encalhado no passado, nas lembranças que eu mesmo esqueci...

Ilusões! Fantasias! Alucinações!

Visões sombrias do que já passou

E tudo segue agora para o triste fim

De tudo aquilo que restou de mim... Intrínseco ao meu coração...

Querer viver agora – pura ilusão!

Ederval Magalhães

Eder Mag
Enviado por Eder Mag em 16/12/2021
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