Morte ao monstro que saliva
Deveras, a face do monstro é branda
O carisma é certo e infalível
Arrastando os incautos à guarida e aos sentimentos fálicos
Desejando a espúria da alma, ao aviltamento da inocência
Sem condolência...
Sem piedade, sem critérios!
Efêmeros sentimentos esquizofrênicos e impuros...
Deveras, a face do monstro é afável...
Com olhos doces e mandíbulas dilacerantes...
Ao mesmo tempo que cativa seus golpes delirantes causam dor...
Mas justifica-se pelo sentido amor...
Se completam pelos momentos de carinho...
A dor imposta na ausência de um futuro descaminho
É justificativa pura para o julgamento sem sentido...
O Monstro é nada mais que o único amigo...
Aquele que compreende o sofrimento interno e dolorido
Que sabe a dor de se ter sentido escondido e sem revelação
De tudo o que causara a forte angústia, a sofreguidão da vida!
Aquele que com sutileza descabida, entende a forma dessa vida
Mas que deve ser punido pelo erro de saber a essência clara
Da alma e da tragédia que se instala na vida da sua pretensa vítima...
Morte ao Monstro que saliva!
Morte a quem ama sem rodeios!
Morte a quem enfrenta a vida e seus devaneios!
Morte ao monstro que saliva!
Ederval Magalhães