Vidas e Viveres
Vamos vendendo abraços,
Desatando laços,
Quebrando sorrisos,
Depois tentando juntar os pedaços.
Distanciamos mais a cada passo,
Sem palavras,
Traços,
Sem um fim, a história,
Tende ao fracasso.
Estamos desbotando as cores,
Perdendo sabores,
Não sentindo odores,
Que brotam das flores,
Cultivamos dores,
E colhermos horrores.
Sopramos para apagar as velas,
Que mantém a vida,
Em nossas janelas,
Fumaça e parafina.
Juntamos o nada,
E pagamos tudo,
Se a vida não é nada,
Nos aproxima o escuro.
Há vidas e viveres,
Nada iguais,
Muito diferentes,
Há quem viva para o trabalho,
Outros por pura diversão,
Há quem pensa somente em contas,
Outros buscam alimentação.
Os que lutam para manter a família,
Alguns na próxima viagem das férias de verão,
Há os que choram de agonia,
Pedem para conseguir o pão.
Tem quem ache a vida um passeio,
Uma vão de lancha,
Outros no lotado busão,
Cada um dá seu sentido,
Sem a menor explicação,
A vida se faz dia após dia,
Não há fórmulas,
Nem magias,
Vezes,
Nem solução.