Entre urubus
Entre urubus, em meio ao cheiro fétido, disputa pela sobrevivência
Entre lágrimas, suor e fome, a esperança saciada
O rejeito é novidade para quem não tem comida no prato
Entre insetos e abutres, alguém se aventura sem medo de nada.
Entre urubus a procura vira rotina
Tem homem, mulher, menino e menina
Mergulhar, catar, admirar, comemorar
O achado torna-se troféu, sorte ou sina.
Entre urubus, cães e ratos procuram um prato
A vida por ali rasteja, vida, ave de rapina
Gente ou não, esperança e frustração
Lágrimas molham rostos pela tamanha humilhação.
Entre urubus, criança com seu cão
Todos procuram obter o pão
Crianças trabalham e brincam no lixão.