SENTINELA
Não é da morte que temos medo, mas de pensar nela.
Sêneca
Me lancei na ventura de parar o tempo;
Passado, presente e futuro: - inanimei.
Ânsia por saber o que é, e como foi e será;
Saber por que é - missões - subjetivar!
Senti-me a beira de um cânion profundo,
De uma cratera faminta boquiaberta,
Em talvegue sinuoso fluía o rio da vida.
A vida é o tempo que insensível passa.
Centelhas de segundos faiscaram rápidos.
Centelhas de séculos faularam bem céleres.
Centelhas de éons chisparam assaz súbitos.
Centelhas sinéquicas: de morte - vida - morte.
Senti-me numa praia, confortado e senciente.
Até o cânion morreu na eternidade vívida.
O tempo indiferente assiste às mudanças.
A vida apoptosa ressurge frondosa, sempre!
Me lancei na ventura de apreciar o tempo;
Passado presente e futuro é o eterno agora.
Ânsia por viver e co-viver é o ideal que seria...
Missão: outridade, no viver atemporal, na vida.