SENTINELA

Não é da morte que temos medo, mas de pensar nela.

Sêneca

Me lancei na ventura de parar o tempo;

Passado, presente e futuro: - inanimei.

Ânsia por saber o que é, e como foi e será;

Saber por que é - missões - subjetivar!

Senti-me a beira de um cânion profundo,

De uma cratera faminta boquiaberta,

Em talvegue sinuoso fluía o rio da vida.

A vida é o tempo que insensível passa.

Centelhas de segundos faiscaram rápidos.

Centelhas de séculos faularam bem céleres.

Centelhas de éons chisparam assaz súbitos.

Centelhas sinéquicas: de morte - vida - morte.

Senti-me numa praia, confortado e senciente.

Até o cânion morreu na eternidade vívida.

O tempo indiferente assiste às mudanças.

A vida apoptosa ressurge frondosa, sempre!

Me lancei na ventura de apreciar o tempo;

Passado presente e futuro é o eterno agora.

Ânsia por viver e co-viver é o ideal que seria...

Missão: outridade, no viver atemporal, na vida.

Cesar de Paula
Enviado por Cesar de Paula em 30/11/2021
Reeditado em 30/11/2021
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