ALGEMAS DA VIDA

 

O amor bate em minha porta abruptamente

Grita meu nome em sussurros que fazem caracóis

Diante dos meus olhos tristes.

 

Nem percebo que posso ser feliz abraçado ao carinho

De mãos renovadas, ornadas com ousadia

Enquanto a noite grita por socorro em becos urbanos.

 

Faz frio em dias de sol constante

Mas um fogo em meus espaços ocupados crepita

Nem a fuligem de uma cidade que se mata

Consegue sufocar certas bolhas de vida.

 

O olho de um sonho me sonda diante das janelas

Na noite que se fecha como uma caixa de presente

Guardando dentro de si os planos de um homem.

 

Nem arrisco entender como a vida me algema

Para escrever em minha cela que a liberdade vale muito

Deixando-me por alguns momentos ter asas.

 

Temo abrir a porta para deixar os sentimentos entrarem

Com seus sapatos sujos de esperança

Quando caminhavam

Pelas mentes inocentes de jovens tateando trevas ao dia

Sem saberem que existe um preço

Por cada instante de aventura

 

Enquanto tento me proteger das visitas incessantes

Em meu coração cansado de iludir-se

Pelas veredas da vida

Não percebo que uma estranha sensação me domina

Por inteiro.

Cláudio Antonio Mendes
Enviado por Cláudio Antonio Mendes em 29/11/2021
Reeditado em 29/11/2021
Código do texto: T7396600
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