ALGEMAS DA VIDA
O amor bate em minha porta abruptamente
Grita meu nome em sussurros que fazem caracóis
Diante dos meus olhos tristes.
Nem percebo que posso ser feliz abraçado ao carinho
De mãos renovadas, ornadas com ousadia
Enquanto a noite grita por socorro em becos urbanos.
Faz frio em dias de sol constante
Mas um fogo em meus espaços ocupados crepita
Nem a fuligem de uma cidade que se mata
Consegue sufocar certas bolhas de vida.
O olho de um sonho me sonda diante das janelas
Na noite que se fecha como uma caixa de presente
Guardando dentro de si os planos de um homem.
Nem arrisco entender como a vida me algema
Para escrever em minha cela que a liberdade vale muito
Deixando-me por alguns momentos ter asas.
Temo abrir a porta para deixar os sentimentos entrarem
Com seus sapatos sujos de esperança
Quando caminhavam
Pelas mentes inocentes de jovens tateando trevas ao dia
Sem saberem que existe um preço
Por cada instante de aventura
Enquanto tento me proteger das visitas incessantes
Em meu coração cansado de iludir-se
Pelas veredas da vida
Não percebo que uma estranha sensação me domina
Por inteiro.