Ágora
Há quem diga que anjos não existem,
Arcanjos,
Querubins,
Serafins,
Uma infinidade de outros que circulam e povoam o imaginário e os céus.
Há quem não acredite em papai Noel,
Coelhinho da Páscoa,
Gnomos,
Fadas,
E no próprio Alladin,
Personificam a realidade,
Nua e crua,
E da ilusão,
Rompem o véu.
Materialidade exposta,
Ilusão ao avesso,
Quase nada tem início,
Término é recomeço.
Adultos cheios de receios,
São assassinos de ilusão,
Acende a luz se há o medo,
Não encaram a escuridão.
Mas negamos.
Negamos os nossos erros,
Por medo da exclusão,
Negamos o que é certo,
E a própria negação,
Negamos a ciência,
Perdemos a paciência,
Partimos para violência,
Trocamos a evidência,
Pobre humano,
Sem razão.
Morremos por quem matamos,
E não nos deixam viver,
Choramos por quem amamos,
Posse, buscamos ter,
Imensa dor nos causamos,
Por vida do outro ser,
Quem nós somos, anulamos,
Sem nada vamos morrer.
Sem o nome na história,
Sem cadeira de imortal,
Mas vivemos na lembrança,
De saudade social.
Um dia, quem lembra morre,
Existência vai se extinguir,
Lembrança que deixa vida,
Para outra existir.
Rumo ao nada,
Ou tudo,
Quem poderá responder?
Daqui não vou levar nada,
Aviso!
Nem você.