Fluência

Minha maturidade é o negar ao envelhecer,

É assumir os personagens,

Caracterização,

Fantasias.

Mas sem a essência deixar morrer.

Atuar com realidade,

Mentir com veracidade.

Agradar críticos e plateia,

É a excelência do mesmo,

Os padrões que te limitam e esperam.

Cada fase,

Uma norma social se apresenta,

Não corra,

Não fale,

Não brinque,

Agrade e terá recompensas.

Viva a vida imposta,

Olhos e bocas te recriminam,

Não saia fora da rota,

Passo a passo,

Chegará ao destino.

Mas com que finalidade,

Me impõe a comunidade,

Com uma certa autoridade,

Este fim à minha vida?

Sou fruta verde no pé,

Azeda,

Ácida,

Me recuso amadurecer,

Luto contra as leis naturais,

Não quero o chão,

Para enfim apodrecer.

Seja forte,

Resiliente,

Não esconda sua fragilidade.

Tanta contradição no mesmo tema,

Para onde caminha a humanidade?

Carregamos a culpa do que deu errado,

De fato que já passou.

O hoje fora da realidade,

Alienados,

Buscando novas culpas,

Para em um futuro carregar.

E o futuro?

Criamos expectativas que não chegam,

Ansiamos por novas conquistas,

Determinando a cama como ponto de ação.

Adoecemos esperando o que, por si, não se concretiza.

Até perdermos o gosto pela vida.

Mergulhamos no mar da depressão,

Levado por Cronos,

Encontramos Poseidon,

E vislumbramos Hades.

Não reagimos às imposições,

Não somos vida,

Somos sopro,

De uma humanidade reativa.

Robôs que agem conforme programação.

Se liberte!

Reaja!

Foda-se o que outros pensam ou falam.

Torne-se a rebeldia,

Ande em toda direção,

Você conduz a sua vida,

E determina a direção.

Crie suas alegrias,

A dos outros,

É ilusão.

Se liberte da agonia,

Lute contra a depressão.

Respire o ar de cada dia,

Tenha Deus no coração,

Não crie expectativas,

Fé no hoje,

Pois o amanhã,

É apenas fase da criação.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 26/11/2021
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