Minha Poesia
A poesia é meu excesso,
Quando a angústia,
Minha mente extrapola,
Não é cura,
Nem remédio,
É um ralo,
Não cabe dentro,
É expelido para fora.
Não há formas,
Fórmulas,
Ou processos,
A norma culta,
O oculto viola,
Uma transgressão,
Rumo ao insucesso,
Compreensão é objeto,
Está em falta.
Escrevo para não morrer,
E para deixar de viver,
É meu complexo,
Reflexo,
Do que seu agora.
Simplicidade,
Me expõe ao esquecimento,
Incompreensível sentido,
Em que o intelecto agoniza,
Sufoca.
Escrever é a ilusão de reconhecimento,
É um alento,
Ou expressão de algo que nunca aflora,
É o calar de um processo barulhento,
Escorrer da dor,
Quando a lágrima não rola.
Poesia é o amar,
Se calar,
O agir,
É sair do anonimato,
E passar a existir.
É a revolta em rimas,
Em uma eterna contradição,
É a afirmação do sim,
Contravenção,
É o não.
É a revolução,
Iniciada no conforto da cadeira,
É a alma em guerra.
Terreno fértil?
Bombardeia.
É a doçura de um amor que incendeia,
É ir do inferno ao céu,
É o enaltecer,
São as queixas.
Poesia é o que quiser,
É livre,
É ordenada e arruaceira.
É a poeira levantada,
É a luz que encandeia.
Uma vela apagada,
É acreditar na existência de sereias,
Criar histórias nunca ouvidas,
É tudo que nos rodeia.
Poesia é o nada,
Poesia é o tudo,
Poesia é o que anseia.