Minha Poesia

A poesia é meu excesso,

Quando a angústia,

Minha mente extrapola,

Não é cura,

Nem remédio,

É um ralo,

Não cabe dentro,

É expelido para fora.

Não há formas,

Fórmulas,

Ou processos,

A norma culta,

O oculto viola,

Uma transgressão,

Rumo ao insucesso,

Compreensão é objeto,

Está em falta.

Escrevo para não morrer,

E para deixar de viver,

É meu complexo,

Reflexo,

Do que seu agora.

Simplicidade,

Me expõe ao esquecimento,

Incompreensível sentido,

Em que o intelecto agoniza,

Sufoca.

Escrever é a ilusão de reconhecimento,

É um alento,

Ou expressão de algo que nunca aflora,

É o calar de um processo barulhento,

Escorrer da dor,

Quando a lágrima não rola.

Poesia é o amar,

Se calar,

O agir,

É sair do anonimato,

E passar a existir.

É a revolta em rimas,

Em uma eterna contradição,

É a afirmação do sim,

Contravenção,

É o não.

É a revolução,

Iniciada no conforto da cadeira,

É a alma em guerra.

Terreno fértil?

Bombardeia.

É a doçura de um amor que incendeia,

É ir do inferno ao céu,

É o enaltecer,

São as queixas.

Poesia é o que quiser,

É livre,

É ordenada e arruaceira.

É a poeira levantada,

É a luz que encandeia.

Uma vela apagada,

É acreditar na existência de sereias,

Criar histórias nunca ouvidas,

É tudo que nos rodeia.

Poesia é o nada,

Poesia é o tudo,

Poesia é o que anseia.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 22/11/2021
Código do texto: T7391226
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