Após o batismo, em palácio episcopal, sagrado,

os homens que vieram de longe, pagãos,

ali são e serão batizados, batizados e cristianizados,

 

Tres voltas em torno da árvore, esquecimento.

E logo após isto tudo,em momento inoportuno,

O grande negreiro zarpa, em profunda saudação

ao Deus dos mares, a Netuno.

O grande negreiro zarpa,

Singrando as águas profundas, rumando ao mundo novo,

Rompendo  escarpas e brumas,

Caminhos do novo mundo...

 

É dia de sol brilhante, pequenas, vagas calmaria,

No porão do navio negreiro, só dores, desesperanças,

Tristezas e apatias,

Só gemidos, desesperos, e minha gente imponente,

No porão, daquele cargueiro, se vê agora, impotente.

 

O grande tumbeiro zarpa, singrando águas  profundas,

No porão do grande negreiro, justiça e paz são ausentes.

No porão do grande tumbeiro, só lamentos e desesperos,

mortes e dores, presentes.

 

Malgrado  a situação, em momento inoportuno,

o grande tumbeiro zarpa, em respeitosa saudação

ao Deus dos mares, Netuno!