Banho

Matutino, vespertino e noturno.

Um ritual sagrado e atemporal

Herdado cinco vezes ao dia pelo ancestral brasileiro nativo.

Lava o corpo, hidrata a alma banindo todo mal.

De chuva, de cheiro, de mar e abô.

Momento íntimo entre o ser e o transcender.

Ervas, essências, artificial, a completude é de flor.

Desde o nascimento segue o crescimento e finda no falecer.

Se a água é a vida e a terra é a morte...

Seriam os porcos imortais em seus banhos de lama?

Está tão entranhado em nós esse espetáculo e que atire o primeiro sabonete

Aquele que após um ônibus lotado, um hospital infestado e um cemitério silenciado por um banho clama.

Dissera alguém aos ventos, lugar de chorar é na cama pois é quente.

Quentes são as lágrimas transubstanciadas de potencia sentimental.

O Choro no banheiro é melhor, pois entre lágrimas aromas e o inundar do chuveiro.

Abafa-se, resfria-se, acalma-se e revigora-se numa consolação natural e maternal.

É no banho que estamos em equivalência perpetua.

Eu e você, homens e mulheres, adultos e crianças, seres humanos e políticos brasileiros

Nus, como vieram a esse mundo, despidos de suas singularidades.

Para purificar-se da rotina da contemporaneidade. Exceto os últimos estes são irremediáveis.

Francisco Grandiel
Enviado por Francisco Grandiel em 16/11/2021
Código do texto: T7386867
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